segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O "TAL" TEMPO...


Hoje eu acordei inspirada para escrever, embora tenha passado a madrugada no hospital e a noite em claro...
... Mas sinceramente o que eu quero falar hoje não é nem um pouco sugestivo, muito menos algum ensinamento ou algo do tipo, refere-se simplesmente as minhas reflexões  pessoais e intransferíveis, despertadas dentro de mim ao longo desse fim de semana. Trata-se de um grande aliado e terrível vilão, depende como iremos vê-lo, por qual ângulo apreciá-lo, de qual forma utilizá-lo. O nome dele??? TEMPO....
...Dizem por aí que ele é o melhor remédio, que tem o poder de curar, a função de espantar, o desejo de agir... Mas nunca me disseram que ele é traiçoeiro, capaz de vendar os nossos olhos, nos adormecer por horas, dias e meses, nos anestesiar e nos  fazer desesperar quando acordamos de todos esses efeitos colaterais e percebemos que não há mais volta.
O seu grande aliado chama-se relógio, aqueles que realmente me conhecem sabem bem o quanto eu detesto esse objeto, objeto esse que unido ao tempo, nos prende e nos torna dependentes de um ciclo e rotinas, nos fazendo correr, nos tornando superficiais, nos regrando, nos fazendo perder oportunidades únicas, ou nos proporcionando decisões rápidas... aquelas das quais quando percebemos descobrimos que poderíamos pensar um pouco mais...
Dependentes do tempo, não entendemos que por muitas vezes andamos em círculos, costumo dizer que “trabalhamos para viver, mas vivemos para trabalhar”, ocupamos nossas mentes, corpos e não entendemos que dessa forma pouco desfrutamos dos presentes que o tempo pode nos oferecer “no hoje”, sejam simplesmente momentos de boas companhias, risadas e singularidades, ou impulsos, erros, tentativas frustradas, mas TENTATIVAS! Focamos em plantar, plantar, plantar, para “um dia” colher, e algumas vezes quando chega a colheita, observamos que a mesma já não condiz exatamente com o que queríamos...
Ansiamos pelo perfeito, e não entendemos que erros também nos fazem crescer, amadurecer e superar as coisas da vida.... Nos privamos de  ansiar, desejar, odiar, até de amar... E um dia notaremos que isso definitivamente nos fez falta.... Já olhamos  para  uma nova geração, que não é a nossa, e percebemos o quanto o tempo já passou... Saudosismo esse... que pouco adiantará amanhã, se continuarmos caminhando nesse ritmo hoje.
O tempo nos desprende da simples e complexa atitude de “cuidar” das pessoas que nos rodeiam, abrimos mão de tanta coisa para a tal colheita de amanhã, que o mesmo se encarrega de arrancar de nós laços e vínculos, que nos farão uma falta tremenda, e nos deixarão de mãos atadas...
Nos permitimos tão pouco, nos cobramos tanto, acabamos nos julgando e nos esquivando de sentimentos e sensações que podem forjar o nosso caráter... Não adjudicamos, por que temos medo do hoje e nos tornamos prisioneiros de nossos planos para o amanhã... Ou até mesmo priorizamos o outro, lhe fazendo concessão, algumas vezes, da nossa própria felicidade.
O tempo não vai parar, nós devemos parar! Entender, viver, chorar... Chorar sim! Limpar o coração, desabafar, abrir espaço para o novo, entender o ontem, enfrentar o hoje e deixar o amanhã por conta do único dono do amanhã, que diga-se de passagem NÃO é o tempo, mas o Autor dele, Aquele que limpa, cura, ama faz e refaz as nossas vidas e caminhos... 
...O meu choro desse fim de semana me fez entender que o meu coração é um instrumento poderoso contra as armadilhas do tempo, que as suas dores e anseios não são piores e nem melhores do que o do próximo, que basta um toque de Deus para que muita coisa mude, mas que Ele também quer nos ensinar e mostrar que a mudança não consiste em apagarmos, ou maquiarmos aquilo que sentimos e vivemos, mas em sua maioria em entendermos, assumirmos e adjudicarmos....
O tempo está passando... e eu??? Não quero passar com ele... Quero vivê-lo, dentro das oportunidades do hoje e na dependência de Deus. Me conhecendo e me entendendo melhor, me cobrando menos, me permitindo mais.... (sonhar mais, falar mais, demonstrar mais, sentir mais,  gritar mais, chorar mais, viver mais!!!)
Porque Ele me amou, deu Sua vida por mim, para me libertar... Então porque muitas vezes eu estou prisioneira e refém de mim mesma, esperando que o tempo resolva tudo????
O que eu quero do tempo, é o outro lado de sua significância.. "Um tempo para mim, mesmo que esse tempo, seja a espera de um sorriso, de uma demostração de carinho, o aguardo de uma simples mensagem de texto no celular, ou de uma mera ligação breve e passageira, um momento de encontros e desencontros, de rabiscos e contradições, de sentir, até mesmo de observar o impossível, o imprevisível, o interdito."
O tempo não resolve nada. 

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